quarta-feira, novembro 14, 2007

D. Afonso Henriques versus Capuchinho Vermelho


Historia ou estoria ?


Recentemente, consultei um livro de gramática no capítulo que tratava das palavras parônimas – aquelas que possuem grafias e pronúncias parecidas - , encontrei, entre os inúmeros exemplos, as duas grafias: história – narrativa de factos reais/ e estória – narrativa de ficção.
Quanto ao Português, o assunto estava esclarecido, mas o que estava por detrás da palavra, o sentido primeiro, o pensamento que a originou, não estava muito claro. Seria possível uma narrativa fiel dos factos reais? A verdadeira História seria passível de ser narrada com total fidelidade?
Na verdade, toda história era uma possivel estória, misto de realidade e ficção. A verdadeira história, os factos que realmente acontecem, inenarrável aos olhos de observadores isolados. E a história que mais nos deveria interessar seria aquela que vamos construindo, a nossa própria vida, tendo cuidado para nao a transformar numa estória rocambolesca e sem sentido, numa narrativa de ficção, na rotina de um materialismo absurdo e de repetições intermináveis.
A verdadeira História é aquela que podemos construir através dos dias que se sucedem e formam a nossa própria vida; a obra pessoal que ninguém poderá fazer por nós, a menos que queiramos tranformar-nos em pequenos títeres, marionetas suspensas, sem vida, manejadas por mãos alheias .

2 comentários:

Inezoca disse...

Isso aí dava grande história para o nosso Perú.:)

Perú menor disse...

Escrevo estória muitas vezes. Em Angola usa-se muito essa palavra. Costumo explicar que estória sem h e com letra minúscula é para descrever algo real mas pessoal. Que é uma história verdadeira mas comum. Não ficando gravado em registo como fazendo parte da História. Nossas estórias pessoais ou de alguém que não mereça que fique gravado como um evento histórico a nível nacional ou mundial.